joaogabrielbalbi
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Por João Gabriel Balbi
Nessa mesma linha de "canção-história", tão bem trabalhada por Chico Buarque, a geração da MPB da década de 1980 apresentou ao público Renato Russo e suas clássicas composições Faroeste Caboclo (composta em 1979, mas lançada em 1987 no álbum Que País é Este) e Eduardo e Mônica (lançada em 1986, no álbum Dois).
Mesmo com quase 40 anos de existência, são músicas até hoje extremamente conhecidas e cantadas nas rodinhas de violão a plenos pulmões, haja vista o caráter atemporal e altamente imagético que elas contêm. Faroeste Caboclo, por exemplo, com seus 9 minutos de duração, é incrivelmente visual em sua construção, apresentando-se como conto de um típico western, só que passado em terras brasileiras. A letra é praticamente a linha mestra de roteiro cinematográfico, prontinho para ser desdobrado e filmado. Não à toa, sempre houve cogitação de se fazer a adaptação em live action da música, o que de fato ocorreu em 2013, com o filme homônimo dirigido por René Sampaio, e estrelado por Fabrício Boliveira, no papel do anti-herói João de Santo Cristo (espécie de Macunaíma moderno) e da belíssima Ísis Valverde, na pele da trágica Maria Lúcia.
O filme Faroeste Caboclo pode ser considerado sucesso de público e crítica, tendo levado quase um milhão e meio de pessoas ao cinema para o assistir, talvez pela curiosidade de finalmente ver em imagens aqueles personagens tão poderosos que eram exclusivamente imaginados na cabeça de cada ouvinte da canção. E, de fato, o filme está muito longe de ser fraco ou ruim. Todavia, Sampaio optou por uma versão seca e realista da canção Faroeste Caboclo, por sua vez claramente construída em tom de fantasia. Há quem tenha adorado tal escolha (principalmente a crítica especializada), mas na opinião deste colunista, a quase obsessão em retirar da história seus elementos fantásticos (como, por exemplo, a transmissão ao vivo do duelo entre João de Santo Cristo e Jeremias), tornando sua ácida crítica social mais factível e verossímil (quem sabe facilitando para os roteiristas encontrarem soluções para os desafios postos pela letra da música) acabaram por tirar dela muito da sua força, substituindo-a pela densidade de uma narrativa crua e mordaz.
A música Eduardo e Mônica, pelo contrário, sempre foi um diferencial nas letras essencialmente trágicas de Renato Russo, consistindo-se em conto urbano e alto-astral, também altamente fantasioso, mas estruturado como uma clara comédia romântica. Também se trata de canção que, quando escutada, imediatamente gera um filme mental, no qual se vê o adolescente Eduardo e a jovem adulta Mônica se encontrarem, apaixonarem-se loucamente e viverem os altos e baixos de uma relação heteronormativa bem arquetípica (portanto atemporal), mas ao mesmo tempo muito característica dos dramas da geração X (nascidos entre 1965 e 1984, pela classificação nacional).
No mesmo ano de 2013, em que Faroeste Caboclo, o filme, foi lançado, a operadora de telefonia Vivo lançou uma campanha publicitária tendo, por base, a canção Eduardo e Mônica, na qual, em meros 4 minutos, conseguiu, de forma excepcionalmente competente, reproduzir em imagens todo o lirismo constante da música homônima, criando mais expectativa ainda sobre uma sonhada transposição para o cinema da trama romântica imaginada por Renato Russo.
Com o já comentado sucesso do longa Faroeste Caboclo, foi dada a carta branca para que o mesmo René Sampaio comandasse a adaptação de Eduardo e Mônica para o live action, rodeada de enormes expectativas.
As primeiras notícias sobre o filme foram alvissareiras: Alice Braga (38 anos) faria Mônica e Gabriel Leone (28 anos) viveria Eduardo. Mesmo que os dois atores sejam bem mais velhos do que a letra de Russo sugere, o talento e competência dos dois é algo inquestionável, restando saber se os dois atores conseguiriam reproduzir a óbvia química do casal imortalizado na canção da Legião Urbana.
Muitos adiamentos depois - em virtude da pandemia do Coronavírus - finalmente o filme será lançado, infelizmente, no meio de vários blockbusters hollywoodianos arrebatadores (Matrix e Homem-Aranha, por exemplo), o que certamente prejudicará parte do desempenho do longa nacional, apesar da distinção de público-alvo.
Ainda assim, Eduardo e Mônica tem força o suficiente para levar as pessoas ao cinema e para ser recordado com carinho, apesar de algumas falhas bem marcantes.
Nos comentários sobre o filme Turma da Mônica: Lições, foi abordado o quanto o longa se tornou melhor à medida que teve coragem de ir se afastando do seu material de origem (a graphic novel homônima). No caso de Eduardo e Mônica, ocorre justamente o contrário: a produção nitidamente cai de nível na medida em que se afasta da sua base (a letra da canção homônima).
É compreensível que Sampaio tenha querido fugir do óbvio e não apenas transpor a letra da música para a tela grande. No caso, o roteiro preferiu desenvolver os personagens, suas motivações e origens para além do encontro que dispara o romance entre eles, mas, para tanto, precisou fazer um recorte da história, focando no que se pode chamar de fase inicial da relação - que corresponderia aos primeiros dois terços da música - deixando de fora o "felizes para sempre", isto é, o momento em que eles se casam e têm filhos.
Desse modo, a história se desenvolve claramente dentro da fórmula das comédias românticas estadunidenses: o casal se conhece, se apaixona, desenvolve a relação, enfrentam alguma grande provação (a "barra mais pesada que tiveram", da letra da música), e se reconciliam.
Pode-se, então, dizer que o filme adaptou apenas a primeira metade da canção, inflando os dramas de cada personagem para preencher as longas 1h54m de projeção. Assim sendo, Mônica não é, como na música, apenas estudante de medicina - por ser filha de médica - mas também artista performática - por ser filha de artista plástico recém falecido - dividida entre o idealismo de viver de arte e militância (afinal, o "pai-herói" foi exilado pela Ditadura Militar) e o pragmatismo de ser oriunda da classe média-alta.
Eduardo não apenas "jogava futebol de botão com seu avô", mas foi criado por ele - militar da ditadura reformado (gancho para o clichê conflito com Mônica) - haja visto ter ficado órfão aos cinco anos (o avô é interpretado com competência por Otávio Augusto).
Se é interessante o exercício de imaginação para saber o porquê Mônica "tomava um conhaque noutro canto da cidade", em plena manhã em que Eduardo "abriu os olhos, mas não quis se levantar, ficou deitado e viu que horas eram", o insistente aprofundamento no drama fragiliza a história proposta pela canção, muito mais leve e despretensiosa.
Essa opção criativa revela a mão pesada de René Sampaio, que torna tudo mais denso do que o necessário. Se em Faroeste Caboclo isso era até aceitável - afinal se trata de trama que envolve tráfico de drogas, contrabando, estupro, morticínio - em Eduardo e Mônica descamba para o drama excessivo, pois, a premissa é uma história de amor singela, por mais que arquetípica.
O didatismo também incomoda um pouco. Ou seja, não bastava mostrar o pôster da Malu Mader, novinha e deslumbrante, pregado na parede do quarto de Eduardo, para retratar que ele "gostava de novela"; foi preciso, também, mostrá-lo assistindo à Anos Dourados na tv. Além disso, para não deixar dúvidas em que década o filme se situa, deu-se close e destaque para a coleção de Playmobil e carros de corrida de Ayrton Senna de Eduardo, achar brechas para tocar muitas músicas do pop-rock do período e exibir a data "1987" na prova de vestibular que ele prestou.
Há incoerências de roteiro, como desprezar a situação econômica do país naquele período, face ao que Mônica acaba produzindo em termos artísticos; bem como no estabelecimento da cronologia dos eventos, afinal, Eduardo não teria, em 1987, como prestar vestibular aos 16 anos, o que implicaria que a história do filme engloba uma passagem de tempo de dois a três anos, o que não fica nítido no longa. Mas há acertos, como na retratação da dificuldade de se comunicar por meio de telefones públicos com fichas e interurbanos caríssimos; nas dificuldades de locomoção; e no vazio existencial que se estabeleceu para aquela geração pré-constituição.
Positivamente, tem-se que aplaudir a excelente reconstrução de época, em termos de cenografia e figurino. A fotografia de Gustavo Habda é acertada, clara e bonita, tirando proveito de cada detalhe das belas locações. A trilha sonora é deliciosa, incluindo "Total Eclipse of the Heart", hino brega-romântico da década de 80, em inclusão orgânica e engraçada.
Mas o destaque absoluto vai para o casal de protagonistas. Alice Braga e Gabriel Leone seguram o filme nas costas e não decepcionam na entrega de seus personagens. Individualmente, Leone consegue parecer um adolescente de 16 anos, repleto de insegurança e daquela esperança inocente dos jovens inexperientes. Já Alice Braga é encantadora, sorri com os olhos e entrega uma Mônica complexa, madura e reflexo daquela geração incerta com relação ao seu futuro. Além de apaixonante!
E a química entre os dois é perfeita!
Se Eduardo e Mônica, o filme, não é tudo o que se poderia querer ver na tela - afinal seria delicioso testemunhar como eles "construíram uma casa uns dois anos atrás, mais ou menos quando os gêmeos vieram", algo que, infelizmente -não acontece no longa (desculpem o pequeno spoiler) - mesmo com falhas que não dão para ignorar, trata-se de bela produção nacional, heroica por vir à lume mesmo diante da atual desconstrução cultural pela qual o país passa.
Além disso, "quem um dia irá dizer" que é capaz de resistir a essas "coisas feitas pelo coração"?
Nessa mesma linha de "canção-história", tão bem trabalhada por Chico Buarque, a geração da MPB da década de 1980 apresentou ao público Renato Russo e suas clássicas composições Faroeste Caboclo (composta em 1979, mas lançada em 1987 no álbum Que País é Este) e Eduardo e Mônica (lançada em 1986, no álbum Dois).
Mesmo com quase 40 anos de existência, são músicas até hoje extremamente conhecidas e cantadas nas rodinhas de violão a plenos pulmões, haja vista o caráter atemporal e altamente imagético que elas contêm. Faroeste Caboclo, por exemplo, com seus 9 minutos de duração, é incrivelmente visual em sua construção, apresentando-se como conto de um típico western, só que passado em terras brasileiras. A letra é praticamente a linha mestra de roteiro cinematográfico, prontinho para ser desdobrado e filmado. Não à toa, sempre houve cogitação de se fazer a adaptação em live action da música, o que de fato ocorreu em 2013, com o filme homônimo dirigido por René Sampaio, e estrelado por Fabrício Boliveira, no papel do anti-herói João de Santo Cristo (espécie de Macunaíma moderno) e da belíssima Ísis Valverde, na pele da trágica Maria Lúcia.
O filme Faroeste Caboclo pode ser considerado sucesso de público e crítica, tendo levado quase um milhão e meio de pessoas ao cinema para o assistir, talvez pela curiosidade de finalmente ver em imagens aqueles personagens tão poderosos que eram exclusivamente imaginados na cabeça de cada ouvinte da canção. E, de fato, o filme está muito longe de ser fraco ou ruim. Todavia, Sampaio optou por uma versão seca e realista da canção Faroeste Caboclo, por sua vez claramente construída em tom de fantasia. Há quem tenha adorado tal escolha (principalmente a crítica especializada), mas na opinião deste colunista, a quase obsessão em retirar da história seus elementos fantásticos (como, por exemplo, a transmissão ao vivo do duelo entre João de Santo Cristo e Jeremias), tornando sua ácida crítica social mais factível e verossímil (quem sabe facilitando para os roteiristas encontrarem soluções para os desafios postos pela letra da música) acabaram por tirar dela muito da sua força, substituindo-a pela densidade de uma narrativa crua e mordaz.
A música Eduardo e Mônica, pelo contrário, sempre foi um diferencial nas letras essencialmente trágicas de Renato Russo, consistindo-se em conto urbano e alto-astral, também altamente fantasioso, mas estruturado como uma clara comédia romântica. Também se trata de canção que, quando escutada, imediatamente gera um filme mental, no qual se vê o adolescente Eduardo e a jovem adulta Mônica se encontrarem, apaixonarem-se loucamente e viverem os altos e baixos de uma relação heteronormativa bem arquetípica (portanto atemporal), mas ao mesmo tempo muito característica dos dramas da geração X (nascidos entre 1965 e 1984, pela classificação nacional).
No mesmo ano de 2013, em que Faroeste Caboclo, o filme, foi lançado, a operadora de telefonia Vivo lançou uma campanha publicitária tendo, por base, a canção Eduardo e Mônica, na qual, em meros 4 minutos, conseguiu, de forma excepcionalmente competente, reproduzir em imagens todo o lirismo constante da música homônima, criando mais expectativa ainda sobre uma sonhada transposição para o cinema da trama romântica imaginada por Renato Russo.
Com o já comentado sucesso do longa Faroeste Caboclo, foi dada a carta branca para que o mesmo René Sampaio comandasse a adaptação de Eduardo e Mônica para o live action, rodeada de enormes expectativas.
As primeiras notícias sobre o filme foram alvissareiras: Alice Braga (38 anos) faria Mônica e Gabriel Leone (28 anos) viveria Eduardo. Mesmo que os dois atores sejam bem mais velhos do que a letra de Russo sugere, o talento e competência dos dois é algo inquestionável, restando saber se os dois atores conseguiriam reproduzir a óbvia química do casal imortalizado na canção da Legião Urbana.
Muitos adiamentos depois - em virtude da pandemia do Coronavírus - finalmente o filme será lançado, infelizmente, no meio de vários blockbusters hollywoodianos arrebatadores (Matrix e Homem-Aranha, por exemplo), o que certamente prejudicará parte do desempenho do longa nacional, apesar da distinção de público-alvo.
Ainda assim, Eduardo e Mônica tem força o suficiente para levar as pessoas ao cinema e para ser recordado com carinho, apesar de algumas falhas bem marcantes.
Nos comentários sobre o filme Turma da Mônica: Lições, foi abordado o quanto o longa se tornou melhor à medida que teve coragem de ir se afastando do seu material de origem (a graphic novel homônima). No caso de Eduardo e Mônica, ocorre justamente o contrário: a produção nitidamente cai de nível na medida em que se afasta da sua base (a letra da canção homônima).
É compreensível que Sampaio tenha querido fugir do óbvio e não apenas transpor a letra da música para a tela grande. No caso, o roteiro preferiu desenvolver os personagens, suas motivações e origens para além do encontro que dispara o romance entre eles, mas, para tanto, precisou fazer um recorte da história, focando no que se pode chamar de fase inicial da relação - que corresponderia aos primeiros dois terços da música - deixando de fora o "felizes para sempre", isto é, o momento em que eles se casam e têm filhos.
Desse modo, a história se desenvolve claramente dentro da fórmula das comédias românticas estadunidenses: o casal se conhece, se apaixona, desenvolve a relação, enfrentam alguma grande provação (a "barra mais pesada que tiveram", da letra da música), e se reconciliam.
Pode-se, então, dizer que o filme adaptou apenas a primeira metade da canção, inflando os dramas de cada personagem para preencher as longas 1h54m de projeção. Assim sendo, Mônica não é, como na música, apenas estudante de medicina - por ser filha de médica - mas também artista performática - por ser filha de artista plástico recém falecido - dividida entre o idealismo de viver de arte e militância (afinal, o "pai-herói" foi exilado pela Ditadura Militar) e o pragmatismo de ser oriunda da classe média-alta.
Eduardo não apenas "jogava futebol de botão com seu avô", mas foi criado por ele - militar da ditadura reformado (gancho para o clichê conflito com Mônica) - haja visto ter ficado órfão aos cinco anos (o avô é interpretado com competência por Otávio Augusto).
Se é interessante o exercício de imaginação para saber o porquê Mônica "tomava um conhaque noutro canto da cidade", em plena manhã em que Eduardo "abriu os olhos, mas não quis se levantar, ficou deitado e viu que horas eram", o insistente aprofundamento no drama fragiliza a história proposta pela canção, muito mais leve e despretensiosa.
Essa opção criativa revela a mão pesada de René Sampaio, que torna tudo mais denso do que o necessário. Se em Faroeste Caboclo isso era até aceitável - afinal se trata de trama que envolve tráfico de drogas, contrabando, estupro, morticínio - em Eduardo e Mônica descamba para o drama excessivo, pois, a premissa é uma história de amor singela, por mais que arquetípica.
O didatismo também incomoda um pouco. Ou seja, não bastava mostrar o pôster da Malu Mader, novinha e deslumbrante, pregado na parede do quarto de Eduardo, para retratar que ele "gostava de novela"; foi preciso, também, mostrá-lo assistindo à Anos Dourados na tv. Além disso, para não deixar dúvidas em que década o filme se situa, deu-se close e destaque para a coleção de Playmobil e carros de corrida de Ayrton Senna de Eduardo, achar brechas para tocar muitas músicas do pop-rock do período e exibir a data "1987" na prova de vestibular que ele prestou.
Há incoerências de roteiro, como desprezar a situação econômica do país naquele período, face ao que Mônica acaba produzindo em termos artísticos; bem como no estabelecimento da cronologia dos eventos, afinal, Eduardo não teria, em 1987, como prestar vestibular aos 16 anos, o que implicaria que a história do filme engloba uma passagem de tempo de dois a três anos, o que não fica nítido no longa. Mas há acertos, como na retratação da dificuldade de se comunicar por meio de telefones públicos com fichas e interurbanos caríssimos; nas dificuldades de locomoção; e no vazio existencial que se estabeleceu para aquela geração pré-constituição.
Positivamente, tem-se que aplaudir a excelente reconstrução de época, em termos de cenografia e figurino. A fotografia de Gustavo Habda é acertada, clara e bonita, tirando proveito de cada detalhe das belas locações. A trilha sonora é deliciosa, incluindo "Total Eclipse of the Heart", hino brega-romântico da década de 80, em inclusão orgânica e engraçada.
Mas o destaque absoluto vai para o casal de protagonistas. Alice Braga e Gabriel Leone seguram o filme nas costas e não decepcionam na entrega de seus personagens. Individualmente, Leone consegue parecer um adolescente de 16 anos, repleto de insegurança e daquela esperança inocente dos jovens inexperientes. Já Alice Braga é encantadora, sorri com os olhos e entrega uma Mônica complexa, madura e reflexo daquela geração incerta com relação ao seu futuro. Além de apaixonante!
E a química entre os dois é perfeita!
Se Eduardo e Mônica, o filme, não é tudo o que se poderia querer ver na tela - afinal seria delicioso testemunhar como eles "construíram uma casa uns dois anos atrás, mais ou menos quando os gêmeos vieram", algo que, infelizmente -não acontece no longa (desculpem o pequeno spoiler) - mesmo com falhas que não dão para ignorar, trata-se de bela produção nacional, heroica por vir à lume mesmo diante da atual desconstrução cultural pela qual o país passa.
Além disso, "quem um dia irá dizer" que é capaz de resistir a essas "coisas feitas pelo coração"?